Mundo de Nàrnia.

Mundo de Nàrnia.
Mundo de Nárnia

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Uma encenação


    Atriz se preparando para entrar em cena. Ultima a maquiagem na frente de um espelho. Fala para sua camareira.
CACILDA – Éramos muito pobres. Passamos por muita humilhação,mas sempre tinha a alegria de viver. E quando a arte entrou em minha vida, fez ultrapassar todas essas humilhações. Dediquei-me à arte com todo amor que tenho no coração. Hoje mesmo, é a estréia de mais uma peça, A longa jornada noite adentro. Colocar maquiagem, figurino, Rever detalhes do texto. As marcas. E a contracena com os companheiros. Já fiz Pega-Fogo, em que tive de fazer um imenso sacrifício, ficava com meus seios em carne viva, por causa do esparadrapo que usava. Tudo em nome da arte. Hoje é mais uma estréia, é sempre uma felicidade nova. Daqui há pouco esta porta se abre e vem me chamar. É mais uma vez o contato com o público, “ouvir” a platéia. Isso me enche o coração de alegria. É emocionante sentir junto com o público o desenrolar da história. E mais tarde ler as críticas. Dizem que tenho uma voz pequena. Nada posso fazer, é minha voz desde que nasci.
  -  Me chamam agora. (Levanta-se, tira o roupão e fica com o figurino da peça) Vou mais uma vez encarar o palco, esse desafio constante. (Se olha no espelho.) – Merda pra mim. (e sai pela coxia real).


Fátima Braga, 29 de outubro de 2014.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Um dia na piscina.

Eu só percebi quando estava toda descascando. Que dia delicioso, meu Deus! Entrava na piscina, nadava um pouco, saia, tomava sol. E assim foi todo o domingo de sol.Quero ir lá mais vezes.Aí vou me lembrar de botar o protetor solar.Assim, não descasco toda. Beijos!
Fátima Braga, 5 de agosto de 2014.
Foto de junho de 2014.

A História de Tábata.

Oi! Meu nome é Tábata. Tenho 7 anos. Moro com meu pai e minha mãe. Adoro brincar de boneca. Esta aqui é a que mais gosto.Gosto também  quando papai me leva ao sítio da minha avó. Brinco muito com meus primos. Tem muitas brincadeiras lá no sítio.Tomar banho de ribeirão, casinha, pega, passa o anel, subir em árvore. Mas este só meus primos fazem. Tem um primo grande que não gosto dele. Ele olha pra mim esquisito! Teve uma vez, que ele me levou pro quarto dele e pegou em mim aqui e aqui (pega na boneca e mostra os seios e a xoxota) . Eu não entendi porque ele fez aquilo. Me deu dinheiro pra comprar doce e disse que eu não falasse com ninguém.Fiquei com medo que papai ou mamãe brigassem comigo se eu dissesse alguma coisa. Será que eles brigavam, meu Deus?! Depois daquilo, passei a fugir do tal primo. Não suporto ele. Meus pais me chamam de mal-educada. Que me importa!Acho que nunca vou contar aquilo pra ninguém. Só pra você, Deus.Quem sabe um dia ele vá viajar e nunca mais volte. Tomara, meu Deus, tomara!


Fátima Braga,  5 de agosto de 2014.







domingo, 4 de maio de 2014

O dia de hoje

    Chove. E há passarinhos cantando.Num dia assim, se pensa em música, em sonhos, em sol, em céu.Um olhar para Deus, o Criador.Que fez uma poesia na Terra, dando à criação tudo o que ela precisava para sobreviver. Deu a mente do homem, que por vezes chega a negá-lo, Ele, que criou todos os milagres. Num dia de chuva, pensamos na graça que é a chuva, água do céu, para matar nossa sede.Deus fez o milagre, você só assiste. E pensa nos seus sonhos, nos seus pesadelos e quer ser redimido. Num dia como hoje, você pode botar os pés na lama e reclamar dela. Mas pode também tomar um banho de chuva e lavar sua alma. E dizer; "Que bom que chove!". Sua atitude determina o espírito do seu dia. Como é bom ativar um novo olhar! Ver as coisas de modo diferente.Abrir os olhos em busca de um espírito novo. Deixar as coisas velhas mofarem e jogá-las fora.Ter uma visão mais espiritual, onde seres puros entram em contato com você e proporcionam consolação e alegria. Falar do que fala o coração.
    Num dia assim, lágrimas podem ser de alegria. Cantar canções é como o gesto do poeta que escreve seu poema, buscando nas palavras um pouco de beleza. Dá vontade de gritar que tudo é belo, apenas precisamos enxergar isso. Como o escultor enxerga na pedra a imagem já pronta. Como o pintor recria o que vê. Como o ator pesquisa seu personagem, para descobrir o caráter básico dele. Como a ciranda, que não se dança só.Num dia assim, tudo é redimido. E criar se torna um processo natural, dentro da grande dança da vida. Só falta a luz vir dar o seu toque final, de esplendor. E assim como o criador criou o mundo, criar a nova obra. É desta maneira que este dia de chuva operou no seu coração. Você se tornou parte do criador. E nova luz brilha em você. Que dure, amigo, que dure!
Fátima Braga, 4 de maio de 2014




Fátima Braga, 4 de maio de 2014.

Chatran, meu gato.


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Um Homem chamado Pôncio Pilatos.

     Todos conhecem a história de Pôncio Pilatos, que passou à história como o grande covarde, que entregou  Jesus para ser crucificado. Mas nessa história, as coisas correm de maneira diferente.
     Um dia Pôncio Pilatos chegou para Deus e disse assim:
- Senhor, estou cansado dessa vida de culpa e remorsos. Me dê uma chance de me redimir de meus atos e desfazer o que fiz. Não quero passar à história como o grande covarde, aquele que entregou o filho de Deus para ser morto na cruz.
- Vou dar essa chance a você, mas pense nas conseqüências. – disse Deus.
E o tempo voltou atrás. Pilatos se viu nascendo numa família pobre, sem regalias, que tinha que lutar muito para sobreviver. Não tinha a proteção do Império Romano e foi através dos seus estudos que ele chamou a atenção do Imperador e conseguiu o cargo de cônsul da Judéia.  Assim formado, Pilatos tinha um caráter diferente daquele  que conhecemos. Era um homem corajoso, lutador. Tinha enfrentado as adversidades da vida, até chegar onde chegou. Foi na administração da Judéia que ouviu falar de Jesus, um homem odiado pelos fariseus, que tudo estavam fazendo para matá-lo.
     Certo dia, no feriado da Páscoa, ele foi levado à sua presença. Conversou com ele. Viu que era um homem inocente. E sua esposa Cláudia o avisara do sonho que tivera. E foi o que  ele falou para os fariseus.  Que não havia maldade nenhuma naquele homem, que era um homem inocente. E bom. Revoltou-se. Viu que os fariseus o estava perseguindo porque se sentiam incomodados com o que Jesus fazia e dizia. Dentro de si, armou-se de coragem e disse:
- Vocês estão perseguindo esse homem por pura maldade. Nada vi de culpa em cima dele.
- Quer uma rebelião, Pilatos? – disseram os fariseus. ´-Pois nós faremos uma rebelião se você o soltar.
- Pois que venha essa rebelião, ele respondeu. –Tenho exércitos para contê-los.
- Pois aguarde. Não vai sobrar nem cinza de você para o imperador.
-Não tenho medo.- disse Pilatos.
    E assim, Jesus foi libertado por Pilatos, sem nada sofrer, mas continuou a ser perseguido pelos judeus, que o mataram a traição, certo dia. E ele ressuscitou, como disse que ressuscitaria. Embora Pilatos tivesse lhe oferecido a proteção do império romano. O cônsul viveu bem até o fim de seus dias, sem nenhum peso na consciência. Em Roma, falou de Jesus e seus milagres. E um escritor de Roma escreveu sobre Pilatos, tornando-o um herói, por ter enfrentado uma rebelião na Judéia e ter vencido com a força do Império Romano.
Pilatos passou aos planos espirituais sem remorsos ou culpas. O Tempo passou. Muito tempo passou. Um dia ele foi ao pais da profecia e estranhou muito o que achou. Ao contrário da profecia, não havia igrejas nesse país. Achou um povo sem fé, onde não havia religiosidade. E nem cruz.
Foi falar de novo com Deus:
- Senhor, o senhor me deu nova chance. Mas não vejo tuas igrejas espalhadas como eu via. Parece que o povo não tem religião alguma, teus símbolos foram todos perdidos.
O Senhor respondeu:
-Falei das conseqüências. Não existe mais a fé na cruz, pois não houve cruz. Meu filho cumpriu sua missão, mas um dos fatores se desvirtou. Aconteceu a ausência de um elemento no cenário armado por mim para a redenção do mundo.
-Esse fator é minha covardia, Senhor?
-Veja você que nada é em vão. Seu heroísmo, como disse aquele escritor romano, mudou o quadro da religião. Ao invés de uma cruz, as pessoas tiveram uma traição. Não é a mesma coisa. Ao longo da história, coisas deixaram de acontecer. E muita coisa mudou.
-Senhor, e agora? Todo o plano da redenção está desfeito afinal.
-Não, Pilatos, fiz para você a sequencia de uma realidade possível. Sou Deus. Tudo posso. Veja o que faço agora.
E, num átimo, Pilatos viu de novo o país da profecia cheio de igrejas e de cruzes. E as pessoas orando, com fé.
-Espero que agora você alcance a sua paz de espírito, Pilatos. Seu gesto fazia parte da criação do mundo, desde que o mundo é mundo. Não se atormente entre culpas e remorso.Pense no imenso amor de Deus por você.
-Obrigado, senhor. Acho que sentirei menos culpa e remorso.
-Pois vá em paz. E leve minhas bênçãos com você.
Pilatos saiu em paz e agradecido. Foi dividir com Cláudia, que era sua esposa, a sua alegria. Saiu bendizendo o poder de Deus, que era infinito.E nunca mais falou de culpa ou remorsos.


Fátima Braga, 16 de abril de 2014.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

O Ateu


     Quando Nossa Senhora ajuda, ajuda mesmo. Corria o ano de 1970.Nosso personagem é um homem de 40 anos, ateu convicto, comunista que estava participando dos movimentos políticos do Brasil, as guerrilhas. Estava envolvido até os ossos. A sua família, no entanto, era cristã, acreditava nas graças e bênçãos de Nossa Senhora. Ouvia sua mãe falar dos milagres dela, mas nunca tinha dado ouvidos. Prezava sua condição de ateu até o limite do desconhecido.  Queria mudar o Brasil, instalar o regime comunista no país. E não acreditava que santo fizesse milagre.
      No ano de 1970, participou de uma ação, foi baleado na perna e preso. Não tiveram piedade com ele, ele não foi levado para um hospital para se tratar, mas aos porões da ditadura. Foi interrogado e todo dia, havia sessão de tortura. Este homem não denunciava nada, não delatou nenhum de seus companheiros. Mas o tempo passou. E passou daquele jeito. Ele já tinha perdido a conta dos dias. A ferida da bala postemara e agora outras se espalhavam no seu corpo. Não tiveram nenhuma  piedade com ele. Um dia, jogaram outro preso na cela dele. Já este homem era homem de fé. E conversava com ele sobre o que estava acontecendo. Dizia que acreditava em um milagre de Deus, que todo aquele horror iria parar. Dizia para o outro acreditar em Nossa Senhora, nossa advogada, que não se esquecia de nós. Ele, muito firme em sua convicção, não acreditava. O companheiro disse que fizera uma promessa a Nossa Senhora, que cumpriria se saísse vivo daquilo. Ele não vacilou em dizer que Deus não existia e que suas convicções eram profundas.
     Mas um belo dia, notou que o companheiro não era mais levado a sessões de tortura. E mais, que vieram com alvará de soltura nas mãos. Ele iria sair vivo dali.
    Pensou: “No que minha falta de fé está me ajudando? E foi levado para uma sessão de tortura que o deixou mais que arrasado. Porém vivo. “Estou tendo uma chance de viver. Quantos já vi que não sobreviveram? Será que existe um Deus que regula tudo isso?. Não gosto de Deus. É uma figura antipática aos meus olhos. O Criador, que domina tudo. Não gosto de quem domina. Mas eu ousaria pedir algo à Virgem Maria, que é mulher e talvez se compadeça dos meus sofrimentos. O que posso prometer a ela?”
    Pensou. E decidiu. “Prometo espalhar a devoção a ela. Se ela me tirar dessa, prometo que vou ser ativo propagador de sua fé”.
No dia seguinte a esta decisão, notou que não o chamaram mais para nova sessão de tortura. E mais dias se passaram sem que assim fosse. Quinze dias depois, ele foi levado para um campo, onde havia um helicóptero, que o levou a um aeroporto.Compreendeu. Estava numa lista de troca de presos do regime. Foi viver em Paris, no exílio. E lá cumpriu sua promessa. Estava velho demais quando o Muro de Berlim caiu e viu o fim do comunismo. Viu a ação de Nossa Senhora ali. Ainda não gostava de Deus, mas passou a acreditar no mundo espiritual, certo de que os espíritos agiam em nosso mundo. Quando morreu, já no Brasil, tinha filhos, netos e bisnetos. Pôde ver as novas gerações prosperarem. E falava para eles com carinho da Virgem Maria, que o ajudara quando estava preso e quase sem esperança de sair de lá vivo. No seu enterro, velhos companheiros de política, os filhos, netos e bisnetos. E sua alma entrou nos mundos espirituais, terra da bem aventurança, onde a fé é o alimento.


Fátima Braga, 4 de abril de 2014.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Sonho de Ìcaro revisitado.

    Ela conhecia a música. E a lenda. Tinha cantado muitas vezes na época em que fizera sucesso, com Biafra.
     Mas agora era diferente. Tinha uma pergunta pra Deus: “Por quê eu sou tão sozinha?” Ela se dirigia a Jesus na sua dor. Por quê era tão sozinha? A família, por parte de pai, a abandonara. E pior, era seu aniversário.Precisava ficar lembrando às pessoas que era seu aniversário? A família por parte de pai, a tinha rodeado quando era pequena. Tinha ido a seus muitos aniversários, na infância. Acho que ela nunca percebeu isto, que eles estavam ali porque o pai era rico e dava grandes festas. Começaram o abandono pelo pai, quando ele começou a empobrecer. Já não havia mais festas, nem visitas à casa da avó paterna. Olhavam só o dinheiro que ele tinha e depois deixou de ter.Depois que cresceu, passou por poucas e boas. Mas ainda não havia reparado que a família havia se afastado.
     Enfim, era mais uma vez seu aniversário, 46 anos. Em todo esse tempo, muita coisa acontecera na sua vida. Voltou-se para Deus, com mais fé, pois via provas da existência de Deus na sua vida. Tornou-se mais religiosa por isso. Sua fé em Nossa Senhora e Jesus só fizeram aumentar. Deus estava lhe dando o que pedia. Pois ela perdoou as pessoas que lhe fizeram mal. Mas uma coisa a deixava aflita: a sua solidão. Neste dia tinha falado com uma prima por parte de pai pelo Facebook. Ela falou do aniversário e a prima deu uma resposta que ela não gostou, uma risadinha. Arrependeu-se de ter falado fosse o que fosse.Então perguntou a Jesus: “Mestre, porque eu sou tão sozinha?” No silêncio do quarto, veio-lhe a letra da música:”O que faz de mim ser o que sou/ é gostar de ir por onde ninguém for/Do alto, coração, mais alto, coração”.
     Revisitou a lenda de Ìcaro. Ele vôou. Sim, ele voou. Colocou asas e o sol derreteu a cera, mas o que importa é que ele voou.
     Jesus deu seu consolo. Mas dessa vez, não ficaria só com ela. Escreveria sobre isso, sobre essa dor. E a possibilidade de compreender o inimigo. Perdoar e seguir em frente. E se um dia ela morresse e a família nem tomasse conhecimento, estar em paz consigo mesma. O perdão acima da dor. E a sua fé em Deus gerando novos mundos, onde a alegria e a consolação permanecem.


Fátima Braga, 6 de março de 2014.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Sobre o Janeiro de Grandes Espetáculos.

Hoje quero realizar uma postagem no meu blog, já que há tanto tempo não o faço.Há um assunto ainda bem palpitante. Terminou o evento chamado Janeiro de Grandes Espetáculos e penso nos encontros que lá se deram.Gente que não se via há um tempão se reencontrando, perguntando "Como vai?", abraços afetuosos.Registrei quase tudo em fotos. Postarei algumas aqui para mostrar do que estou falando. Houve debates com gente de espírito lúcido, antenado e altamente perceptivo. Fiquei só admirando tudo aquilo. Assisti 14 espetáculos, dos quais tenho algumas opiniões.Uns gostei, outros não e fico satisfeita que o teatro seja uma linguagem a mais que o mero texto. Ver, só ver os espetáculos já é muito bom. Quero aqui dar meus parabéns a Paula de Renor, Paulo de Castro e Carla Valença, que todo ano topam a produção deste evento que já está mais que consolidado no calendário da cidade. Também as oficinas foram ricas, de um material altamente aproveitável. Acho que todos nós saimos lucrando com a realização do Janeiro. É bom para os artistas e é bom para o público em geral. Andei conversando com as pessoas e,elas me disseram que, sabendo da realização do evento, se guiam pela revista para se programar.E também pela internet. E assim, vão conhecendo nossos artistas e se apaixonando por seus trabalhos.Tanto o teatro adulto, como o teatro para a infância e juventude e  dança foram contemplados na premiação final do evento. Conhecendo tais referências, é ficar de olho em novos trabalhos de tais grupos e companhias. E ser público nas temporadas que acontecem durante o ano.Por este ano, valeu! E que venham novos Janeiros de Grandes Espetáculos!