A
experiência de assistir Gardênia é
como colher flores no campo: mágica e irresistível. A peça do grupo El Outro
conta a história de um amor, que só se concretiza na velhice. Há certas cenas
que encantam, como a passagem das cartas pelo público, as cartas que ela manda
pra ele e que ele responde. A iluminação é auxiliar no texto narrado servindo
como chave que abre e fecha cenas, bem como as cortininhas que são movidas
pelos atores, marcando passagens da história.
Como
toda experiência mágica, não prescinde de seus símbolos como a vitrola e os
discos de vinil, marcos do tempo em que se passa a trama, controlados pelos
atores.
A
melhor tônica é o trabalho dos atores, sensível, delicado, pulsante, interpretação
de brilho nos olhos, que acende no público a vontade de “ver mais um
pouquinho”. Gardênia tem cheiro de
flores, palpitante de vida e emoção. Como o beijo final dos atores, nos olhos
cheios de lágrimas. Afinal, na história de Gabriel Garcia Marques, foi um amor
que durou toda a vida. Fermina Daza e Fiorentino Ariza são personagens para
sempre, desses que embalam e incentivam a nossa vida. E que Cibele Jàcome e
Luiz Mármora tão bem conduzem ao longo da encenação.
Quando
eles voltarem a cartaz, indico este espetáculo ao público. Quem ainda não viu,
vai se encantar com essa história vista por um público reduzido de 90 pessoas
apenas, no Teatro Hermilo Borba Filho, no Recife.E a lotação foi esgotada nesta
sessão.