Escrever é tudo de bom. Principalmente quando pinta um ideia boa. Embora não completa, a História de Vera veio de um experimento teatral que fiz hoje com meu grupo. Veio vindo a história devagarzinho, levantando voo, erguendo e batendo suas asas, como uma borboleta recém-saída do casulo. Veio se aninhando feito gato, que vem de mansinho, se enrosca nas pernas da gente, todo cheio de malícia e quereres. Veio chegando como bolo de aniversário no meio da festa, esquentando o coração, dando um calorzinho bom. "Vera" foi uma história que não veio sozinha, trouxe junto a alegria por tê-la junto de mim, autora de muitos verões. Só verão, pois "Vera" é alegria de viver. Traz consigo a esperança de uma vida nova, mudada e muito mais feliz. Só sei falar dela assim. Espero que captem da "História de Vera" essa alegria de viver que eu quis passar, com todas as dificuldades existentes.
Mundo de Nàrnia.
quinta-feira, 29 de março de 2012
A história de Vera
Meu
nome é Vera. Vivo por ai, largada, sei lá. Perdi tudo, sabe? Meus pais, minha
casa, onde comer, onde me vestir, onde me lavar. É, onde me lavar. Peço aí nos
bares, sabe? Não tenho onde dormir, meu lar é a rua, onde faço minha vida. Isto
aqui? (fala do cigarro na mão)Uso
para passar a sensação de fome. Vivo pedindo dinheiro pelas ruas, pra comer.
Como o que me oferecem, é só o que dá. Já fui muito humilhada, muito
maltratada. Há lugares onde passei de onde fui escorraçada. Pensam que vou
roubar, que vou cair em cima e pegar a bolsa. Meu Deus, ainda tenho dignidade,
não roubo não, eu peço. Eu era cantora, sabe? Mas me envolvi com as drogas.
Perdi minha mãe com 14 e meu pai aos 18 anos. Eu cantava, era tão bom. Meu
mundo caiu, não tem aquela música que diz assim? Vivo essa vida de déu em déu.
Uma vez encontrei uma moça apavorada. Olhei bem na cara dela e disse:”Moça, o
que lhe impede de ser feliz? Tava toda tensa, toda estressada. Me contou que
não dava certo no amor, estava apavorada com a vida, cacete! Por isso perguntei
aquilo. Deu pena. Pior situação ali era a minha e ela se queixando da vida! Mas
eu não ri não. Cada um sabe onde a dor é mais forte, onde o sapato aperta pior.
Sei lá, tem gente que endoida da falta de um amor.
Eu? Nem
penso nisso, vou levando. Não sou prostituta pra me vender. E olhe que já
pensei nisso. Mas refiro manter a minha dignidade. E vou vivendo. Com fome
apertando, bituca acabando, até achar alguém que me ajude de verdade. Pois essa
esperança eu tenho: que alguém chegue e diga: Tenho um lugar pra você. Lá você
nunca mais passa fome. Se esse lugar existir de verdade, corro pra ele. Até
essa droga eu largo. E vou ser feliz, ah, renascida e muito feliz.
segunda-feira, 26 de março de 2012
Um dia para lembrar. O sábado.
A bolsa é que utilizei para ir à praia. E a minha foto é com um vestido de muitas lembranças, que usei neste dia para ir assistir "Tomboy". E continua o recordário... Escolhendo as melhores coisas da vida. Encontrar amigos, principalmente e a lembrança de felizes dias de amor...
sexta-feira, 23 de março de 2012
Um dia para lembrar.
Hoje eu quero falar de saudade e lembranças. O que torna um dia qualquer um dia pra se recordar? Certamente algo marcou na nossa vida, o dia deixou sua marca.Nesta quarta-feira, 21 de março, tive um dia de recordações. Principalmente de seres muito amados, que foram embora pra sempre.Estes eu sei que não reverei mais nesta vida, não vai ser possível o encontro fortuito. Deu tanta saudade que doía. Nesse dia eu fui em busca de minhas lembranças e encontrei a mim mesma. A mesma praça, longe, onde vivemos momentos tão felizes há um tempo atrás. O mesmo cinema, onde assistimos nem lembro que filme, acho que um que tinha um título comprido e dizia que recordava vidas passadas.Tio Bonie, que recorda suas vidas passadas, era este o título.Como recordamos vidas passadas e lembranças se fizeram quentes, mornas, cálidas, serenas, saudosas. Onde eu disse pra mim mesma: o que é ruim, a gente quer esquecer. A gente quer lembrar o que é bom. Beijos demorados, uma tarde de carinhos e palavras de amor. É isto que a gente quer lembrar. Mas ficava a pergunta: será que eu lembraria daquele dia em que viajei para lembrar? E afirmei para mim mesma, num belo pôr de sol, ali no café do cinema: hoje é quarta-feira e eu sai neste dia movida pelas minha lembranças. E tive força de ir até o fim com elas.
Talvez eu não tenha conseguido abarcar tudo o que foi este dia pra mim. Mas com certeza marquei pontos comigo. Por não recear lembrar, por ter tido força de ir ao local da lembrança. De tudo o que se fez belo e sereno para mim, como reencontrar este sentimento de amor que não morreu. A lembrança tornando tudo mais claro à minha frente.Um modo também de se jogar no futuro e esperar apenas o que há de bom no que virá. Como se a gente tivesse lições já aprendidas e que não faltam na hora de se jogar ao vento e dizer: "Venha, futuro". É como se a gente estivesse vencendo o medo. E se preparando para novos desafios. Como se a mensagem de amor que a gente traz no coração e que não morreu, recapturasse essa força pra gente.
Tem horas que a gente se falta. Tem horas que a gente se tem. Essa quarta-feira das lembranças foi um dia em que me tive por inteiro. Especialmente na hora do por do sol, naquele café, relembrando meu passado e me perguntando se eu lembraria aquele dia. Para depois seguir em frente e fazer para mim um dia bom de viver e de lembrar.
Talvez eu não tenha conseguido abarcar tudo o que foi este dia pra mim. Mas com certeza marquei pontos comigo. Por não recear lembrar, por ter tido força de ir ao local da lembrança. De tudo o que se fez belo e sereno para mim, como reencontrar este sentimento de amor que não morreu. A lembrança tornando tudo mais claro à minha frente.Um modo também de se jogar no futuro e esperar apenas o que há de bom no que virá. Como se a gente tivesse lições já aprendidas e que não faltam na hora de se jogar ao vento e dizer: "Venha, futuro". É como se a gente estivesse vencendo o medo. E se preparando para novos desafios. Como se a mensagem de amor que a gente traz no coração e que não morreu, recapturasse essa força pra gente.
Tem horas que a gente se falta. Tem horas que a gente se tem. Essa quarta-feira das lembranças foi um dia em que me tive por inteiro. Especialmente na hora do por do sol, naquele café, relembrando meu passado e me perguntando se eu lembraria aquele dia. Para depois seguir em frente e fazer para mim um dia bom de viver e de lembrar.
terça-feira, 6 de março de 2012
Poema do divino
Sinto a
eternidade dentro de mim
Sinto o
beijo chegando com doçura.
Sinto que
meu vazio será preenchido
E nunca
mais vou sofrer.
Sou um
pedaço dessa eternidade
Sou a pedra
que se desfez em pó.
Sou o além
que está além de tudo que é visto.
E preencho
de luz os vazios deixados pela
escuridão.
Sou um mar
abatido pelo vento
Sou a flor
que brota do chão
Sou um vazio que se faz presente,
Sou um
pacto de luz na escuridão.
Digo as
mesmas coisas ao vento
E ele as
sopra até o deserto
Assim, vou
me deixando levar em espírito.
Tudo se
completa no vazio além de minha estrada.
Admito chão
de terra
Para que,
batida,
Sirva para
ser trafegada pela luz do sol.
Não tenho
limites para meu amor.
Pois tenho
da eternidade
O que ela
é.
Assim,
faço-me farol dos inseguros
E corrimão
para os aflitos.
Sou o tempo
e não sou nada.
Sou o mar e
sou a terra.
Sou o vento
e as estrelas na escuridão.
E ilumino
quem quiser enxergar.
Sou o chão
e sou o pó.
Sou inveja
e sou o pão.
Sou milagre
e redenção
Sou vazio e
sou recheio.
Preencho o
universo de estrelas
Acendo o
sol amarelo, o vermelho e o verde.
Sou Via
Láctea, se vista à distância.
Sou luxúria
e sou audácia,
Sou coragem
e pé no chão.
Sou cobiça de
você,
Inferno no
próprio Céu.
Sou
devassidão e suor.
Mas não sou
a Lei do Cão
Pois
perdôo, com compaixão
O amor dos
apaixonados,
Que estão
redimidos, diante de mim.
Sou o fato
e seu perdão.
Dei o
Apocalipse a João.
Tudo parou
dali por diante
À espera de
conclusão.
Faça a sua,
dou a mão.
E não
espera mais que Eu venha.
Estive à
caça de liberdade.
Comi o pão
que nem se assou.
Comi fruta
azeda, folha verde, raiz.
Besouro
também tive por alimentação.
Vieram da
Terra criada,
Fruto do
meu amor maior.
Quis te dar
uma esperança.
Você crê em
mim?
Tiro teus
olhos da neblina
E te ponho
na frente do teu amor.
Agora, me
calo
Volto pra
onde vim.
Restituo
peça barata
Por tesouro
de maior valor.
Entrego-me
aos meus pares,
E retorno
ao meu chão...
Para
quem aqui esteve...
Fátima Braga, 11/05/2007.
segunda-feira, 5 de março de 2012
Sobre "Crônicas de Narnia", o livro
Li esse livro mais de três vezes.E quero dizer algo sobre ele e o fantástico mundo de Nárnia.Algo que talvez tenha escapado a muitos por aí. O sacrifício de Aslam em "O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa" é novamente o sacrifício de Jesus, vítima inocente diante de seus algozes. Algo que talvez passe despercebido é que CS Lewis era cristão. Mas não é só isso: ele era um humanista, pessoa que valoriza o ser humano. Dá pra perceber isso no posfácio do livro, onde ele fala sobre como escrever para crianças. O mito de Aslam ao longo do livro, é o mito do criador do mundo. Aquele que é o Espírito e sopra onde quer. Aslam surge nas horas de maior necessidade, quando ele é absolutamente necessário.Mas some quando a corrupção e a sujeira tomam Nárnia. É onde se percebe que aquele mundo está decadente e onde se faz a descriação de tudo o que foi criado. Onde havia zelo e amor, a malícia e a maldade tomaram conta, como conta o livro "A última batalha". Esse seria um grande desafio para os diretores do filme, contar essa história com esse espírito, como se o próprio Aslam (que é o Deus daquele mundo) soprasse. Seria preciso pensar não apenas em bilheteria, mas sim, no espírito em que Narnia foi criada. Era uma canção que se espalhava sobre a terra, criando a vida, as plantas os bichos. Onde a pureza imperava.Pureza, onde há pureza neste nosso mundo decadente? Mas esse é o espírito.Um espírito incólume, absolutamente puro.Pois só assim existirá o sopro da Verdade. Como o autor pretendeu ao criar esse mundo fantástico.
Aniversário
Está chegando o meu aniversário.Quero falar das coisas que sinto com relação a esta data. Não é apenas fazer mais um ano. Ou a sensação da idade se aproximando, feito um marco silencioso, cheio de dúvidas e inquietações. É principalmente minha relação com as pessoas.É importante pra mim ser importante pra elas. E acho que só consigo isso na medida em que me faço alguma coisa. E em que faço coisas para as pessoas. Mas vem também do meu desejo de ser algo. Como a escritora que sou, pelo menos aqui e no livro que vou publicar, "Do Céu".É complicado, algo que só quem estivesse na minha pele entenderia. Entretanto não precisar estar na minha pele para perguntar: As pessoas me querem bem? Estão do meu lado por mim ou pelo que fiz? Indagações, dúvidas, o que será que as pessoas pensam? Mas já disse um filósofo e o escritor C. S Lewis, isso não me importa, pois a vida dos outros importa a eles, não a mim. Por sinal, meu aniversário é dia 10 de março. Pra mim, é uma comemoração.Pra mim, é a data mais importante do ano, o dia de meu nascimento.Talvez haja quem não ligue para o próprio aniversário. Mas superar mais um ano vivo é no mínimo uma vitória da vida, que deve ser comemorado. Vou deixar como imagem um bolo que não é meu. Mas que dá a medida da importância da data. Se eu estiver fazendo alguma coisa, por mim e pelas pessoas. Nem que seja apenas escrever neste blog. Despeço-me com a imagem deste bolo, maior símbolo de um aniversário bem comemorado..
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