Mundo de Nàrnia.

Mundo de Nàrnia.
Mundo de Nárnia

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Tudo juntos.


Morávamos na mesma casa.
Dividíamos a mesma cama.
Eram atos impregnados de amor.
Saíamos juntos
Passeávamos juntos
Tudo com carinho, respeito
Devoção, amor.
Eu e meus dois amores
Só restou saudades.

Fátima Braga, 28 de junho de 2012.

Sonho vigiado


Minha lira poética entregou-se
A tal desvario em ordem alfabética.
Fanou-se o drama, foi assim
E ela diz que tem amor a mim.

Não construo sem desmanzelo
Um paiol para te agradar
E só porque atendeu meu apelo
Tenho algo maior para te dar.

Tenho um sonho, um poema
Que lá fora vão sendo vigiados
Não sei qual barco você rema
O que importa é que vão sendo completados.

Não sei qual teu futuro, milícia.
Desvario, sobe torrente de fogo
Não me olhe assim com malícia
Ou terei de fazer tudo de novo.

Fátima Braga, 28 de junho de 2012.

Poema da Bruxinha.



Eu nunca mais verei
Quem me ame mais
Do que eles.
Eles sabiam amar
Meus dois amores queridos
Tínhamos afinidade
Eles se preocupavam comigo
Dava-me atenção, carinho,
Respeito, cuidado.
Enchia-me de elogios
Chamavam-me de linda
De inteligente, de charmosa.
Eram tão cuidadosos comigo,
Com minha saúde, meu bem estar
Meus dois amores eram tudo pra mim
Se saudade matasse,
Eu já estaria morta.
Tenho muito viva a lembrança
De nossos melhores momentos
De como eles transformaram
Minha vida em algo bom e feliz.
Eles me fizeram a mais feliz das mulheres.
Estar com eles era estar no Céu.
Eles me compreendiam.
Nunca me acusaram de nada.
Tinham um cuidado bondoso comigo.
Eram lindos, inteligentes, meigos, bons.
Todos dois.
E eram amigos entre si.
Não esqueço das plaquinhas
Que marcaram nosso amor.
Onde estão vocês agora, meus amores?
Sumiram no mundo da imaginação da bruxinha...
Será que vamos nos reencontrar algum dia?
Sou louca de amor por vocês.
“À justiça divina nenhum sopa se antepõe”, diz Dante,
Em fala de Beatriz
O que faz esta frase num poema de amor?
Talvez falar que Deus é justo e bom.
E me dará resposta á minha pergunta
Falando de um amor mais alto.
A vocês jurei fidelidade
Um de vocês poderá falar
O outro, não sei.
No encontro final,
Que pode ser um novo começo
Ainda conservo minhas esperanças
De que seja assim.
Não há um sem o outro pra mim.
Os dois se completavam.
O que me falarão nesta hora?
O que Deus me falaria?
E nesta pergunta, eu me calo.
Mas não por muito tempo.

Fátima Braga, 28 de junho de 2012.

Meus sonhos.


Enchi minha cabeça de sonhos
Eles andaram de estrada em estrada
Vejo-os agora um pouco tristonhos
Tudo o que fiz não valeu de nada.

Quero um sonho pra me completar.
Que imagem você vê de mim?
Qual lenho sem lareira a achar
Onde você colocou, enfim.

Meu sonho diz tudo
É passeio, é sol, é solidão
É inverno, é primavera sobretudo.
É andar mil vezes na contramão.

Destaque-se do além, menina
Faça por si algo maior.
Venha enfrentar tranqüila a bonina.
Saia das bandas deste cafundó.

Fátima Braga, 28 de junho de 2012.

Mão Maior



De tudo o que falei
Resta o boato
De tudo o que cantei
Resta o som
De tudo o que não farei
Resta o pedido
De tudo onde falhei
Resta o conserto.

Mão Maior atende
Ao pedido.
Mão Maior cala
O boato
Mão Maior
Dá chance de consertar
Mão Maior
É o próprio som.

Veja tudo o que faz
A Mão Maior.

Fátima Braga, 28 de junho de 2012.

As preces de São Bernardo.


As preces de São Bernardo.
São duas preces
À mesma pessoa
Uma delas está em Dante
São Bernardo pede à
Virgem Maria
Que o prepare (à Dante)
Para a visão beatífica
À visão de Deus.
Na segunda delas
Também à Virgem Maria
Diz que jamais ela
Deixou desamparado
Quem pede auxílio.
A prece de São Bernardo
Fala desta alta pessoa
Que nunca desampara
Quem a ela pede auxilio.
Pois a Virgem Maria
É a mais alta auxiliadora,
De quem quer que seja
Cristão ou não.
Basta pedir à Virgem Clemente.
Viva a Virgem Maria!

Fátima Braga, 28 de junho de 2012.


Anagrama.



Cercar-me
De alegria
De paz
De fé
De esperança.

Banhar-me
De luz
De carinho
De amor
De água lustral

Escrever
Uma ode
Um poema
Um conto
Uma dissertação

Mandar
Luz
Reverberações
Cores
Anagramas
Aos códigos entre os códigos divinos.


Fátima Braga, 28 de junho de 2012.

Acalanto.



Divisei a sétima torneira
Apaguei a luz por tonteira
Ficou de mim o que de melhor poderia restar
Na décima torneira, estava o bem-estar.

No solo de pífanos, dancei
De tanto dançar, me acabei.
Para aquela a quem dou tanto encanto
Fiz um poema, ode de acalanto.

Não permita que se perca, meu bem,
A primeira torneira também.
Pois de déu em déu se vive a vida.
Não fale de mim na hora da partida.

Fátima Braga, 28 de junho de 2012.

A Sopa


Sopa de mel
Sopa de luar
Não é o bastante.
Sopa de feijão
Muito menos
Nem de verduras
Nem vaga melancolia
Pode se igualar
À justiça divina.

Não tome sopa no túmulo
Não vai adiantar.
Pois a justiça divina é maior
E simples sopa não lhe faz frente.

Fátima Braga, 28 de junho de 2012.

A Bruxa boa do Recife. Quinto Capítulo.


     Um dia, a bruxinha ficou doente. Seus namorados ficaram  loucos de preocupação. Eles insistiam que ela se cuidasse, mas a bruxinha era muito desleixada. Deitada na cama do hospital, ela imaginou uma forma de alegrar seus namorados, sem sair da cama. E inventou um circo de cavalinhos. Eles viam o espetáculo que ela estava criando e a aplaudiam. Primeiro, ela pôs a bailarina para dançar. Uma linda dança, com música bem suave, como numa caixinha de música. Depois os cavalinhos criaram uma coreografia animada. O palhaço entrou e fez suas palhaçadas. Os namorados rolaram de rir, aplaudindo. Tudo isso ela fez no ar, numa caixinha montada que imitava um circo. O dono do circo apresentou o “Respeitável público” para os espectadores animados. E concluindo o número, o aviãozinho decolou, fazendo círculos em torno do quarto do hospital. A bruxinha ria às gargalhadas, pois embora sendo ela que criava tudo isso, ela ria junto com os namorados, com a alegria deles. Quando ficou boa, saiu do hospital e deixou de preocupar os seres que a amavam. Ficou a lembrança das palhaçadas que aprontaram no hospital e o divertimento que tiveram.

Fátima Braga, 28 de junho e 2012.

A Bruxa boa do Recife - quarto capítulo.



    A bruxinha estava entediada. Há tempos não fazia nada interessante.Então resolveu ir no cinema com seus namorados.Era um filme sobre Zeus e seus raios, brigando pelo poder com outros deuses. Era um filme que assim, de cara, não interessava muito à bruxinha. Mas não tinha outro, só esse, naquele cinema que era baratinha a entrada.
    Ela se aprontou toda para ir. Pôs uma calça comprida e uma blusa bonita.Os namorados adoraram a roupa que ela vestiu, disseram que estava linda. Eles não paravam de elogiá-la, endeusavam a bruxinha.
    No cinema, pouca gente. Era o ideal para namorar. Eles sentaram com ela no meio dos dois, com sempre faziam.Eram loucos por cinema e aquilo era quase um ritual, ela sentar entre os dois. Dava pra ficar beijando um e outro no meio do filme. Mas sem deixar de prestar atenção à história. E foi o que fizeram naquel dia. Sentaram com ela no meio dos dois e começou o filme. Neste dia, estava tudo calmo, não tinha havido nenhuma briga.E foi gostoso ficar pegando na mão, botar a cabeça no ombro deles, um de cada vez, pois os dois disputavam atenção dela, embora fossem grandes amigos e beijar um de cada vez, com tanta paz que pareciam estar no Céu, apesar de ser um filme de ação. A bruxinha até estava gostando do filme, de tão tranqüila que estava. Zeus e seus raios fazendo furor na telona; ela e seus namorados na maior paz. Depois de muito tempo, a bruxinha relembravacom saudade esse dia especial de cinema com seus dois amores, os amores de toda a vida.
   Quando saíram do cinema, estavam em paz. Iam conversando sobre o filme, que tinham gostado, apesar de não ser do tipo que gostavam. Para sempre a bruxinha relembraria este dia com muita saudade.

Fátima Braga, 28 de junho de 2012.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Os diamantes.


Os diamantes andam
Em cofres
Ou em caixinhas de música
Não andam no chão
Não estão semeados nas ruas.
São difíceis de encontrar
Só são lapidados por outros diamantes.
E sua pureza é difícil de alcançar
São jóia preciosas
Que não são tesouro fácil.
Vi diamantes no Céu
Onde eles tem seu brilho maior
O contato com sua pureza
Ilumina as almas
Diamantes preciosos são raros...

Fátima Braga, 19 de junho de 2012.

Caronte.


Cena de horror...
Lá vai a barca do inferno.
São os condenados
A não ter mais esperança
Caronte guia a barca
E destina os níveis do inferno aos condenados.
Paisagem de horror
Os condenados não clamam aos céus
Pois nem Deus possuíam no coração.
Virgílio mostrou tal paisagem a Dante
Francesca Rimini, única digna de pena
Os outros estão bem longe da piedade divina.
Cena de horror... eterno.

Fátima Braga, 19 de junho de 2012.

O Céu verdadeiro.


Só imagino paz no Céu verdadeiro
Um lugar onde vivem pessoas de luz
Cuja claridade até ofusca
O lugar onde mora o perdão
A piedade, a compaixão.
Onde habita a sabedoria,
O zelo, a plena saúde,
Onde há amigos verdadeiros,
Que dão orientação e conselho.
Onde tudo é feito com amor e por amor.
Um lugar onde há a presença explícita de Deus.
Lá mora a paz, a fortuna
O bem, o carinho, a beleza.
Todos estão impregnados de luz divina
É como vejo o Céu verdadeiro.
Era lá que eu queria estar.

Fátima Braga, 19 de junho de 2012.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Dia dos Namorados.


Sentimento tão terno, o amor.
Sentimento que eleva  e dá prazer.
Duas almas que se unem
Por afinidade
Pensam parecido, falam parecido
Agem parecido, sentem igual.
O mesmo sentimento as iguala
Almas gêmeas
Vivendo sob a luz do sol;
Vivendo o amor,
Sentimento sublime
Viva os namorados!

Fátima Braga, 12 de junho de 2012.

Para Santo Antônio.


Obrigada meu verdadeiro Santo Antônio
Pela missão que assumiste comigo
Muitas pedras no caminho machucaram
E perdi a minha paz.
Vago na escuridão, procurando pouso certo.
Chegaste e disseste que irias me ajudar
Me ajuda então, meu bom Santo Antônio
Me ajuda a encontrar meu caminho
E recuperar o que perdi.
Tenho esperança de voltar a encontrar minha paz.
E assim, mais uma vez obrigada.
Fátima Braga, 18 de junho de 2012.

São Miguel Arcanjo.


São Miguel Arcanjo.
Meu bom São Miguel,
De Joana D’Arc protetor
Chefe das Hostes angélicas
Executor fiel de Deus
Homenageio-te com simples palavras.
Ò verdadeiro São Miguel
Em criança, me guiaste
Já adulta, me defendeste.
São Miguel Arcanjo
Defendei-nos no combate
Como diz a oração.
Obrigada, São Miguel Arcanjo.

Fátima Braga, 12 de junho de 2012.

A Grande Poetisa.


A grande poetisa.
Está chorando, ela chora.
São tantos sentimentos
Que lhe vão no coração.
Tantas decisões a tomar
As lágrimas não param.
Dor, mágoa, pesar, tristeza
Raiva, rancor, vem tudo junto.
Ela espera que a luz
Abra caminho
Frente à escuridão.
Ela espera que a luz
Faça seu mágico trabalho.
Enquanto isso, constrói sua coroa de espinhos
Que fere seu coração
Conta que o desprezo e a ironia vão passar.
E que será capaz de
Distribuir contas de luz.
São os dedos de Deus irrompendo
Trazem a graça e a virtude.
Opera no imaginário
Fala de deuses e sereias
De vento e tempo
De Sol e chuva.
Traz no sorriso a luz mais nova.
E apresenta-se com doçura.
Já que o mal já foi feito
E surgem agora as hostes celestiais
Para falar de meiguice e singeleza
É o que ela espera
Para parar de chorar.

Fátima Braga, 12 de junho de 2012.

Paz na terra


Sinto rugir um leão
 Dentro de mim
Sinto vir uma grande paz
Dentro de mim
Aos quatro elementos
Me darei.

Água, terra, fogo e ar
Me aguardam
 Viver me aguarda
Sobreviver me aguarda
Explicações me aguardam.

Rompeu o dia
É luz.
Raiou o sol
É luz
Iluminando a escuridão
Iluminando a explosão.

Caia o dia
Descansando em paz
Descansando em paz.
No meio, vem a chuva
Serás.
Flor, fruto ou folha.
Assobio de coruja
Cricrilar de grilos
Paz na Terra, paz em terra.

O móbile
Move-se
E vem.

Levantou vôo, afinal.

Fátima Braga, 12 de junho de 2012.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Desejo.


Desejo é o que mais quero.
Desejo para mim meu desejo.
É meu álibi.
Do crime do desejo.
Escolhi salvar-me entretanto.
Vou desejar minha salvação.
Se não aqui, em outras terras.
Estou limitada ao meu desejo.
Aboli a volúpia do desejo.
Virou desejo sagrado.
Vou para outras terras,
Onde serei louvada por desejar o sagrado.
É um mistério.
Acabei ressuscitando a paz dentro de mim.
Transformação mais cara de acontecer...
Fátima Braga, 11 de junho de 2012


A bruxa boa do Recife - terceiro capítulo.


    Certa vez o namorado número dois da bruxinha entrou na figura de um cartão. E viveu uma grande aventura ali. Ele se deparou com um castelo muito grande. Foi até o castelo onde foi muito bem recebido. Tinha um lago em volta do castelo. Depois que baixaram a ponte, ele entrou e foi recebido pelo rei. Ele ficou muito feliz e disse que lá tudo era lindo.Deu a volta no castelo. E a bruxinha, viu o rei saudando seu namorado e a ela também. A figura do cartão era móvel, todos se mexiam ali.A bruxinha ficou com ciúme do namorado, solto ali entre as damas da corte. E chamou-o de volta. Ele voltou e disse que tudo no cartão era lindo e que tinha gostado da aventura. Poderia repetir. Mas teve de prometer à bruxinha que não namoraria nenhuma das belas damas da corte. Ele disse que a amava e jamais faria isso. A bruxinha se sentiu mais segura. E assim acaba a aventura do cartão. Ficou como um momento diferente vivido pelos dois namorados.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A bruxa boa do Recife.



     Havia uma bruxa boa em Recife. Ela gostava de escrever e de fazer amigos. Não gostava de fazer poções, não era o jeito dela. Mas, às vezes, ela fazia suas mágicas. A que ela mais gostava era a mágica de desaparecer. Ia de um lugar para outro que era uma beleza. Os amigos ficavam assombrados com a facilidade com que ela desaparecia.
    Essa bruxa boa gostava de fazer amigos. Mas procurava um namorado. E não achava ninguém. Ninguém era a cara dela, do jeito dela e estava custando a se apaixonar.
    Então um dia fez uma oração de bruxa, uma magia para encontrar namorado. E finalmente encontrou um lindo, como ela queria. O engraçado foi que ela achou logo dois namorados, que toparam ambos namorar com ela.
     Mas tinha um detalhe: eles não tinham corpo físico. Era meio difícil namorar assim. No entanto, ela foi muito feliz com os dois.Até o dia em que eles sumiram de vez. E ela ficou muito triste. E nunca mais quis namorar ninguém.
Fátima Braga, 5 de junho de 2012.


Segundo Capitulo.
    Teve um dia que a bruxa boa foi para uma praça com os namorados. Era uma pracinha singular. Tinha bancos, brinquedos, árvores bem velhas. Lá tinha espaço para namorar. E ela ficou namorando com os namorados. Colheu deles as mais lindas declarações de amor.Cada um era mais romântico que o outro. Contavam histórias sobre como eram,  o que faziam, o que gostavam de fazer. E eram abraços e beijos ali na pracinha. Um homem passou achando engraçado a bruxinha falando com o nada. Afinal, só ela enxergava os namorados. Eles fizeram lindas declarações de amor. Até que se fez tarde. E eles foram embora naquele lindo dia, reconfortados e com coração feliz.
     A aventura na praça se tornou inesquecível para a bruxinha.
Fátima Braga, 5 de junho de 2012.




Sobre lendas.


     Eu já li tantos livros que falam coisas contraditórias sobre os seres mágicos, com as bruxas e as fadas. Cada autor faz do seu jeito. Vejo bruxas boas, mas não lobisomens bons.Fadas em As Brumas de Avalon tem um sentido, nos desenhos de Walt Disney tem outro.
     Como as vejo? Não sei qual é o certo. Sei que, de tudo, há energias sutis, eu tomam formas e podem parecer verdade a quem os vê. Quem já encontrou a Comadre Fulôzinha? Ou um lobisomem? Ou um vampiro? Difícil distinguir lenda da realidade, embora os filmes de hoje em dia os tratem como realidades. Basta ver A Garota da Capa Vermelha , filme feito a partir de um conto de fadas.
     Crônicas de Nárnia Coloca bem as batalhas das crianças contra os seres do mal e um a feiticeira branca. E Crepúsculo fala dos vampiros como realidades.
     De fato, as lendas nunca saíram de nossa cabeça, pois ela é sempre alteradas pelas nossa imaginação. Eu creio sem crer em tudo. Acho que a imaginação humana é capaz de criar coisas, com um fundo de verdade que não é como imaginamos. A Serpente do Mar, por exemplo, seria um enorme dinossauro sobrevivente. Se sobreviveu até nós. O mito do Holandês Voador tem um fundo de verdade, ele realmente se condenou a um destino terrível, vagar no mar, sem nunca encontrar porto. Depois que desafiou Deus. E foi São Miguel Arcanjo em pessoa que o condenou. É que diz a lenda. Hoje em dia os marinheiros consideram sinal de mau agouro encontrá-lo no mar. E tantas outras lendas, como a lenda de Tristão e Isolda, cujo amor aconteceu através de uma poção do amor.
     Cada época teve a sua interpretação das lendas. Nos nossos tempos modernos, automáticos e informatizados, elas estão sendo revisitadas. Reinterpretadas. Como em Crespúculo A Garota da Capa Vermelha. E Espelho, Espelho meu!  São novas cores para velhas histórias. Ganham ares autênticos, com corpo de verdade.
     Mas continuam lendas, pois a vida real tem se afastado veementemente da esfera das fantasias. Sofrem as lendas. Sofremos nós também, que deixamos de criar este mundo à parte. Afinal, o que seria de nós sem nossas fantasias? E sem nossa capacidade de imaginar. Não seríamos seres humanos completos. Ainda precisamos de nossos sonhos e fantasias para liberarmos a carga pesada do cotidiano. É asim que nos tornamos serem humanos melhores e mais autênticos.
Fátima Braga, 5 de junho de 2012.




Lendas.


Lendas
Centauros, sereias, faunos,
Sátiros, animais falantes
Todos seres das lendas.
Sorriem e fazem festa nos bosques.
Saci pererê, minotauro,
Flores que falam.
Lendas de tempos imemoriais.
Comadre Fulôzinha, lobisomem,
Bichos de assombrar
Realizam batalhas em nossa imaginação.
Bruxas fazem festa na floresta.
É o dia do sabath.
Convenção das bruxas
Que fazem suas poções mágicas
Como a poção do amor.
Todos esses seres deslizam pela  nossa imaginação
E fazem festa
E vivam as fadas!
Fátima Braga, 5 de junho de 2012.

Do que falo


Falo de razões e desrazões.
Em fazer sentido ou não fazer.
Não dá pra ser implacável.
É preciso finas sintonias,
Que afinem idéias e sentimentos.
Energias sutis
Que escapam das convenções
E devem ser tratadas com cuidado.
Pois no mundo dos sentimentos
Um simples espinho magoa.
Falo de um barco para partir
Com vela para velejar.
De um sol que nasce à tarde
Da incongruência mitológica do Centauro.
Ou da indecisão da sereia
Que é criatura do mar, embora mulher.
Mulheres, criaturas do mar.
E a fina sintonia disso.
Falo do crescimento do trigo
E sua transformação em pão.
Falo de mudanças...

Fátima Braga, 5 de junho de 2012.

Captando Elos.


Na poesia tudo é permitido
Inclusive frases inconclusas
Coisas que apenas querem dizer
Mais do que realmente dizem.
É preciso captar o elo.
Se conectar com a realidade.
É acreditar em algumas coisas
E desacreditar de outras.
É ter o coração na mão
E a mente em riste.
Para falar de coisas que estão
Além da palavras.
No ar, no mar, no tempo.
E chorar um pouco
E sorrir um pouco
Falar da luz das manhãs
E da calma das tardes.
Recompensar o tempo
Traduzir segredos em versos.
E alinhar sua mente
Com o Criador
Único decifrador oficial do poema.

Fátima Braga, 5 de junho de 2012.