Mundo de Nàrnia.

Mundo de Nàrnia.
Mundo de Nárnia

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Almas perdidas.

Aconteceu.Não foi porque alguém quis,
Não foi porque alguém pediu.
Aconteceu.Já não chegam as lupas, vigiando tudo?
Tem também o desespero que ronda.
Porque?Foi por um fio, um risco
Que não se cometeu um desatino.
Era destino?Uma voz a calar?
Deixe que as vozes falem
Elas precisam berrar, gritar.
Elas precisam ser ouvidas.
Amor, que tanta necessidade de amor!
Elas pulsam, avançam, necessitam.
É preciso não ter medo.
É preciso deixar que falem.
Elas precisam falar de sua solidão, seu desamparo.
Estão aos grupos, porem cada uma é sozinha.
Estão procurando quem as entenda e escute.
Moram na floresta
Na floresta da solidão
Não tem luz a oferecer.
Só sofrimento.
Sim, elas precisam de amparo.
Precisam da luz de Deus.
Precisam de amor.
E podem retribuir com amor também.
Estão perdidas.
Mas podem se achar.
Enquanto isso, só se deseja que vivam
E encontrem a paz.

Fátima Braga, 30 de julho de 2015.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Pela hora nova.

Tudo vinha dela. A dor, a saudade, a lembrança, tudo.
E vinha devagar, como se o tempo não corresse
E nos deixasse com um gosto amargo na boca.
Uma lembrança tão clara, tão nítida.
Vozes muito claras, que estavam no passado.
Passado amargo, com gosto de fel.
Que vontade de ser feliz!
Que vontade de fazer da nova hora
Uma coisa boa, generosa!
Ecos, apenas ecos
Como se fosse um resto de solidão
Palavra não esquecida
Mas que se foi com o tempo
Aquilo chamado gratidão ainda não havia acontecido
Tinha semelhança com vingança.
Que vontade de fazer da nova hora uma coisa boa!
Que vontade de esquecer tudo aquilo.
Que vontade de colocar um sorriso no rosto
E dizer: "Passou"
Como não era antigamente.
Tomar uma mistura de erva brava
E dizer; "Não é mais!"
Sonhar como se se achasse
E não como quem está perdido.
E que vontade de fazer da hora nova
Uma coisa generosa, boa, gentil, amável.
Tudo vinha dela. Mas aquela hora passara.
Frente ao desconhecido, as letras se acertam
Tomam prumo e de certa forma, se tornam imortais.
É o fruto desta lembrança.

Fátima Braga, 29 de julho de 2015.


domingo, 19 de julho de 2015

Perfume da infância.

Um dia passa, outro vem. Tudo o que resta em nós é a memória das coisas essenciais.Tudo se condensa, como num frasquinho de perfume, onde só de cheirar, as lembranças são despertadas.O jogo de varetas, empinar pipas, a bonecas, a amarelinha, o esconde-esconde, o pega, passa o anel, todos os jogos de infância: tudo isso vem com um sabor especial, dos nossos brinquedos da infância. Caminhávamos livres, como quem comemora uma partida de futebol, com emoção à flor da pele.Tudo fazia parte do novo brinquedo.
     As cadeira jogadas na praia, nadar no mar, sempre com um adulto perto para que não nos afogássemos.Depois tomar aquele banho coletivo com os primos para tirar a areia e mudar de roupa e ir almoçar.Uma pena não ter foto dessas brincadeiras.É só uma lembrança, mas uma lembrança divertida. junto com tantas outras que se foram. Os tios pedindo para a gente dançar, e a sensação de que todos eles estavam olhando a gente.E com a música a gente só pensava em saltar, pular, se remexer.E no fim do dia, o carro que levava a gente pra casa e a gente de manhã, nem lembrava como dormira, como chegara na cama.
O sapato que a gente gostava, mas não cabia mais no pé, a roupa que não cabia mais na gente e era preciso deixar de lado, o início do "Fantástico", um programa cheio de mistério.A gente só assistia porque pai e mãe tinha saído. Tudo se condensa numa coisa só, a infância, onde não faltavam os abraços do pai quando chegava do trabalho.Ou a comida gostosa da mãe na mesa.Brincávamos sem pensar no amanhã. Éramos felizes.
Fátima Braga, 19 de julho de 2015.