Mundo de Nàrnia.

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Mundo de Nárnia

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Deus de mim mesma.



Hoje quero falar de coisas que machucam. 
Que não são necessariamente más ,nem necessariamente boas. 
Mas que fazem de nós vítimas ou culpados 
De circunstâncias que não controlamos. 

Hoje quero falar da dor do mundo 
da dor de Deus, 
da dor dos astros, 
da dor dos infinitos 
que não encontram paz. 
E se hoje quero falar da dor 
é porque ela existe e dói. 

E quase não posso evitar a canseira desta dor doída 
que arrebenta, 
que explode em fogo, 
que não traz alivio de espécie alguma 
e que é incontrolável. 

O nome dessa dor também é fúria. 
Mas a fúria um dia explode e termina. 
Mas quisera eu que a fúria parasse, 
que tudo o mais fosse também aquilo que não acho mais no mundo, 
como perdão e sossego. 
Eu quero me aliviar de Deus, eu quero me aliviar dos deuses. 
Eu quero me aliviar dos homens, 
Eu quero me aliviar da humanidade e desta forma, 
voltar ao meu ser original 
para refazer minha história. 

E nunca mais ser quem sou 
E nunca mais ser a palhaça de mim 
E nunca mais ser o fingimento do fingimento 
e nunca mais ouvir o que não quero 
e nunca mais ser o que não sou de forma alguma. 
Mas voltar a ser minha própria forma, 
Meu eu, 
Minha essência, 
Meu tudo 
Minha melhor coisa do mundo. 

E criar em mim um sol interior. 
E criar em mim força de vida. 
E me dar o que quero, 
Junto com a paz que quero. 
Junto com tudo o que perdi vencendo 
E tudo o que ganhei perdendo. 

E ser um pedaço de madeira no caminho, 
E ser uma pedra imóvel, 
E ser aquilo que dá serenidade e paz e 
se torna serenidade e paz. 

Para eu nunca mais chorar. 
Para eu nunca mais perder. 
Para eu nunca mais viver 
Para eu nunca mais morrer. 

E sugar de mim tudo aquilo que posso ser 
E de tudo que posso ser, 
Ser mais ainda o que posso ser. 

E deixar de doer tudo o que dói. 
E renascer tudo o que morreu. 
E morrer tudo o que viveu e doeu. 

Até o fim. 
Até eu voltar a ser Deus 
Deus de mim mesma. 

Fátima Braga, 26 de agosto de 2010.

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