Mundo de Nàrnia.

Mundo de Nàrnia.
Mundo de Nárnia

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Pela hora nova.

Tudo vinha dela. A dor, a saudade, a lembrança, tudo.
E vinha devagar, como se o tempo não corresse
E nos deixasse com um gosto amargo na boca.
Uma lembrança tão clara, tão nítida.
Vozes muito claras, que estavam no passado.
Passado amargo, com gosto de fel.
Que vontade de ser feliz!
Que vontade de fazer da nova hora
Uma coisa boa, generosa!
Ecos, apenas ecos
Como se fosse um resto de solidão
Palavra não esquecida
Mas que se foi com o tempo
Aquilo chamado gratidão ainda não havia acontecido
Tinha semelhança com vingança.
Que vontade de fazer da nova hora uma coisa boa!
Que vontade de esquecer tudo aquilo.
Que vontade de colocar um sorriso no rosto
E dizer: "Passou"
Como não era antigamente.
Tomar uma mistura de erva brava
E dizer; "Não é mais!"
Sonhar como se se achasse
E não como quem está perdido.
E que vontade de fazer da hora nova
Uma coisa generosa, boa, gentil, amável.
Tudo vinha dela. Mas aquela hora passara.
Frente ao desconhecido, as letras se acertam
Tomam prumo e de certa forma, se tornam imortais.
É o fruto desta lembrança.

Fátima Braga, 29 de julho de 2015.


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