Terceiro adeus – mar com bolas de fogo
Meu silêncio parece ondas solteiras que grassam na multidão. Parece conchas nacaradas que se fecham frente aos perigos. É como bolas de fogo, que rolam sozinhas, sem laços ou origem própria.
Cantei uma canção para te esquecer, mas me vi às escuras! Inconformada com a vastidão, lancei meu apelo desesperado às vozes sussurrantes dos ventos. Sei que vou, em silêncio negro ou azul, para maior consolo. Minha voz fala de coisas graves e agudas e também não se conforma, assim como meu coração.
Percebi um trêmulo arranjo, de mim para mim. É porque escrevo com o coração. Quero estancar o sangue que se esvai, antes que se faça negra a noite. É meu modo de dizer adeus.
Adeus!
Quantos adeuses lançarei até que te esqueça? Depois do terceiro, já é infinito. Não direi mais adeus...
Fátima Braga - 2002.
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