Primeiro adeus - voz dos violinos da noite.
Corro como se fosse noite e houvesse uma missão a cumprir. Corro no vento da noite, para selar o infortúnio. Meu amor, eu estou aqui. Mas você não me alcança, estamos tão longe um do outro. A distância nos fere, nos machuca, atravessa nosso coração com flechas, flechas vindas da escuridão.
Fala, voz dos ventos. O último adeus será dado à distância. Estacou minha voz pra o último amanhã, como se fosse paixão pelo adeus. E o que faço? Me arrisco entre espinheiros,ouso sangrar para te ver, quero assim para que me cures.
Amanhã é o dia. E neste dia, o que farei? Gritarei: "Pablo Neruda, adeus!, "Vinícius, adeus!", "Renato Russo, adeus!". Assim se encerram todos os jorros de sangue. Meu coração grita: "Quero tua voz. Para ouvir, me consolar, para partir sem medo..."
Acho que foi pela última vez. Encantaste-me. E o beijos que dou tem todos ofogo abrasador de um violino que chora.
Adeus!
Fátima Braga - 2002.
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